segunda-feira, 5 de julho de 2010

SEGUNDA CHAMADA - DIGNIDADE AINDA QUE TARDIA...


Hoje passando por uma rua, pela qual passo todos os dias, diga-se de passagem, o sinal fechou e olhei mais atentamente para um muro com um grafite. Embaixo da pintura estava escrito: “Das dores que o homem sente a pior é a fome”. Aí eu pensei que era bem verdade. Porque a fome além de dor física é dor emocional, social, é abandono e indiferença. Mesmo aqueles que já passaram por muitas dificuldades na vida, quando contam sua história, logo se apressam em dizer: -Mas fome, graças a Deus, eu nunca passei! Por que comer, é mínimo e fundamental. No tempo dos meus avós, todos eram mais simples, mas ninguém, ou quase, passava fome porque as pessoas confiavam umas nos outras e consequentemente se ajudavam.
Ás vezes eu fico pensando e mal acredito que com toda essa tecnologia e desenvolvimento com que vivemos hoje, ainda seja possível que seres humanos passem fome. E, pior, que a gente saiba disso e se limite a ficar abismado.
Pessoas com medo de pessoas. Esse é o fato. Ninguém abriga ninguém por medo. As empresas que trabalham com alimentação, não doam suas sobras porque têm medo de serem processadas. Andamos com os vidros fechados, em redomas, por medo. Por medo de outra pessoa, igualzinha a nós. E eu fico me perguntando como foi que chegamos a esse ponto. Onde foi que nos perdemos no caminho. O que fazer pra mudar tudo isso. A fome dói, no corpo, na alma e na mente, e não só em quem sente, mas em mim, e em toda a sociedade que vê, mas que quando o sinal abre, passa a primeira e segue em frente...

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